Com certeza, um dos melhores livros que já li. O Autor nos traz a realidade do verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo.
"Quando liguei o meu computador hoje de manhã, o Microsoft Windows piscou a data, implicitamente reconhecendo que, quer você creia, quer não, o nascimento de Jesus foi tão importante que dividiu a história em duas partes. Tudo o que já aconteceu neste planeta encaixa-se em uma categoria de antes de Cristo ou depois de Cristo".
"Por apenas um instante o céu ficou iluminado com os anjos, mas quem viu o espetáculo? Serviçais analfabetos que vigiavam rebanhos alheios, 'Joões-ninguém' que não deixaram seus nomes".
"Os pastores tinham uma reputação tão ruim que os judeus decentes faziam deles um só pacote junto com os 'ímpios', restringindo-os aos pátios externos do templo. Nada mais adequado do que Deus escolher a eles para ajudar a celebrar o nascimento daquele que seria conhecido como amigo dos pecadores".
"Jesus 'comportou-se com tanta humildade e associou-se com homens e mulheres pecadores, e por consequência não foi grandemente estimado' devido ao que o diabo fez vista grossa e não o reconheceu. Pois o diabo é míope; ele olha apenas para o que é grande e elevado e se apega a isso; não olha para o que está lá embaixo e abaixo dele".
"Aceitava quase qualquer convite para jantar, e por conseguinte nenhuma figura pública tinha uma lista mais diversa de amigos, desde pessoas ricas, centuriões romanos e fariseus, até cobradores de impostos, prostitutas e vítimas de lepra. As pessoas gostavam de estar com Jesus; onde ele estava havia alegria".
"Uma tempestade se formou no mar da Galiléia, quase emborcando o barco no qual Jesus dormia. Ele se levantou para o vento e para o mar: 'Cala-te! Aquieta-te!'. Os discípulos encolheram-se de pavor. Que tipo de pessoa gritaria para o vento como se disciplinasse uma criança malcriada"?
"O criador das nuvens de chuva estava sendo molhado pela chuva, o criador das estrelas estava com calor e suado sob o sol da Palestina".
"Jaroslav Pelikan fala de um velho rabino que foi interrogado por seu aluno:
- Por que vocês, rabinos, com tanta frequência expressam seus sentimentos em forma de perguntas?
O rabino retrucou:
- O que há de errado com uma pergunta"?
"Interessante que os demônios nunca deixaram de reconhecê-lo como o 'Santo de Deus' ou como o 'filho do Altíssimo'; eram os seres humanos que questionavam sua identidade".
"De tal bando de néscios Jesus organizou uma igreja que não parou de crescer em dezenove séculos".
"Sei que para muitos cristãos uma ênfase das recompensas futuras saiu de moda. Meu antigo pastor Bill Leslie costumava observar: Conforme as igrejas vão ficando mais ricas e tem mais sucesso, sua preferência por hinos muda de 'Aqui não é meu lar, um viajante sou' para 'Este é o mundo do meu Pai'. Nos Estados Unidos, pelo menos, os cristãos tem tanto conforto que já não nos identificamos com as condições humildes a que Jesus se referiu nas bem-aventuranças - o que pode explicar por que elas parecem tão estranhas aos nossos ouvidos".
"Talvez, apenas talvez, a pessoa desesperada clame a Deus pedindo ajuda. Nesse caso, essa pessoa é verdadeiramente bem-aventurada".
Esse paralitico queria tão desesperadamente encontrar-se com Jesus que disse a seus quatro amigos que abrissem um buraco no teto para fazê-lo passar por ali! O homem que passara sua vida horizontalmente teria um momento de fama vertical. Os comentaristas bíblicos se esforçam para dizer que os tetos e os telhados de pedras da Palestina eram muito mais fáceis de desmanchar e consertar do que telhados que adornam nossas casas hoje. Eles não compreenderam: um buraco no teto dificilmente é o jeito normal de entrar numa casa. Mais inda, não importa a fragilidade do teto, fazer um buraco nele vai certamente interromper o que está acontecendo lá embaixo. A poeira voa, pedaços de palha e barro caem em cima dos convidados, o barulho e o cals interrompem a reunião.
"Jesus nunca encontrou enfermidade que não pudesse curar, defeito de nascença que não pudesse reverter, demônio que não pudesse exorcizar. Mas encontrou céticos que não pôde convencer e pecadores que não pode converter".
"Toda pessoa curada finalmente morre - e então o que acontece? Ele não viera principalmente para curar as células do mundo, mas para curar as almas da pessoa".
"Com que facilidade nós, os que vivemos em corpos materiais, desvalorizamos o mundo espiritual! Ocorre-me que, embora Jesu gastasse mais tempo em questões como hipocrisia, o legalismo e o orgulho, não conheço nenhum ministério de televisão dedicado a curar esses problemas 'espirituais'; mas conheço muito que se centralizam em doenças físicas".
Nas palavras de Robert Farrar Capon, "O Messias não ia salvar o mundo com intervenções milagrosas tipo Band-Aid: uma tempestade acalmada aqui, uma multidão alimentada ali, uma sogra curada à beira da estrada. Antes, ia ser salvo por um ministério mais profundo, mais tenebroso, maldoso, no centro do qual jaz a sua própria morte".
Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido". As palavras das irmãs continham o tom da acusação, a culpa de um Deus que não responde à oração. Não importa quanto nos esforcemos, aqueles que estão sofrendo não conseguem evitar as palavras "se ao menos". Se ao menos ele tivesse perdido aquele vôo. Se ao menos ele tivesse parado de fumar. Se ao menos eu tivesse me dado ao trabalho de dizer "adeus".
Cada cura física apontava de volta para um período no Édem em que os corpos físicos não ficavam cegos, não eram aleijados nem sangravam ininterruptamente por doze anos - e também apontava para a frente para um período de recriação por vir. Os milagres que ele realizou, arrebentando as correntes da enfermidade e da morte como fizeram, dão-me um vislumbre da razão pela qual o mundo foi criado e servem para instilar esperança em que um dia Deus vai consertar o que está errado. Para não dizer coisa pior, Deus não está mais satisfeito com este mundo do que nós; os milagres de Jesus oferecem uma pista do que Deus pretende fazer a respeito.
Havia uma única alternativa para as blasfêmias e a sentença de morte que carregavam: que as palavras de Jesus fossem verdadeiras e que realmente ele fosse o Messias. Mas como podia ser? Amarrado, rodeado de guardas armados, a própria figura do desamparo, Jesus parecia a figura menos messiânica de todo o Israel.
Os líderes judeus, como também os romanos, pretendiam que a zombaria parodiasse o crime pelo qual a vítima fora condenada. Messias, hein? Grande! Vamos ouvir uma profecia. Plaft. Quem lhe bateu, hein? Tunc. Venha cá, diga-nos, ponha para fora sr. Profeta. Para um messias, você não sabe muita coisa, não é mesmo?
Você diz que é rei? Ei, Capitão, venha ver isto. Temos um rei jeitoso aqui, não temos? Bem, então, vamos todos ajoelhar diante de Sua Majestade. O que é isso? Um rei sem coroa? Ah! Isso não! Aqui sr Rei, vamos fazer-lhe uma coroa, vamos sim. Poing. Que tal? um pouco torta? Vou arrumar . Ei, fique quieto! Nossa, que modéstia. Bem, que tal um manto então? - alguma coisa para cobrir essa porcaria sangrenta em suas costas. O que aconteceu? Sua Majestade levou um pequeno tombo?
Isso levou quase o dia inteiro, desde os maus tratos da brincadeira da cabra-cega, no pátio do sumo sacerdote, até os empurrões profissionais dos guardas de Pilatos e de Herodes e os assobios dos espectadores expulsos do local, fazendo chacota dos criminosos que tropeçavam na subida do longo caminho até o Calvário, e por último, na própria cruz, em que Jesus ouviu uma torrente de zombarias que vinham de baixo e mesmo da cruz ao lado. Você se intitula Messias? Bem, então desça dessa cruz. Como vai nos salvar se não pode salvar a si mesmo?
Fico imaginando e às vezes francamente perplexo diante do autocontrole que Deus tem demonstrado através da história, permitindo que Gengis Kans, e os Hitlers, e os Stalins façam a vontade deles. Mas nada - nada mesmo - se compara ao autocontrole naquela sexta feira em Jerusalém. A cada chicotada, a cada soco duro desferido contra a carne, Jesus deve ter mentalmente repassado a tentação no deserto e no Getsêmani. Legiões de anjos aguardavam suas ordens. Uma palavra, e a provação acabaria.
O mais próximo de uma queixa física foi o seu grito "Tenho sede!" e mesmo então ele renunciou ao vinagre de vinho oferecido como anestésico. (A ironia daquele que fizera galões de vinho para uma festa de casamento, que falara de água viva que mataria toda a sede para sempre, morrendo com a língua inchada e o cheiro de vinagre derramado sobre a barba). Como sempre, Jesus pensava nos outros. Ele perdoou aos homens que fizeram aquilo. Arranjou quem cuidasse de sua mãe. Deu as boas vindas no paraíso a um ladrão confesso e absolvido.
Até mesmo Tiago, o irmão de Jesu, sempre esquivo, capitulou depois de uma das aparições - o suficiente para se tornar líder da igreja em Jerusalém e, segundo Josefo, morrer como um dos primeiros mártires cristãos.
Jesus conseguiu transformar um bando choroso de discípulos nada confiáveis em evangelistas ousados; onze homens que o abandonaram na hora da morte morreram depois mártires depositando a fé num Cristo ressurreto; essas poucas testemunhas conseguiram liberar uma força que venceria violenta oposição primeiro em Jerusalém e depois em Roma.
Certamente os discípulos não deram a vida por amor a uma teoria de conspiração remendada. Certamente seria mais fácil e mais natural honrar um Jesus morto como a um dos mártires-profetas cujas sepulturas eram veneradas pelos judeus.
Negue-se a si mesmo, tome a sua cruz - acaba sendo um investimento inteligente, seu resultado não é remorso, mas a alegria além de qualquer palavra.
Não existe drama maior no registro humano do que a visão de alguns cristãos, desprezados e oprimidos por uma sucessão de imperadores, enfrentando todos os tribunais com uma tenacidade feroz, multiplicando-se silenciosamente, criando ordem enquanto seus inimigos geravam o caos, enfrentando a espada com a palavra, a brutalidade com a esperança e finalmente derrotando o estado mais forte que a história já conheceu. César e Cristo encontram-se na arena, e Cristo venceu.
Cerca de cinquenta milhões de crentes juraram fidelidade a um reino invisível mesmo quando o reino visível fazia sofrer por isso.
Se as portas do inferno não podem prevalecer contra a igreja, o cenário político contemporâneo dificilmente oferece muita ameaça.
À medida que a igreja perde a fé na volta de Cristo e se contenta em ser parte confortável deste mundo e não na vanguarda de um reino de outro mundo, nós nos arriscamos a perder e fé num Deus soberano.
Quando Jesus vivia na terra fez os cegos verem e os aleijados andarem; ele vai voltar para governar num reino que não terá enfermidades nem incapacidades. Na terra ele morreu e ressuscitou; na sua volta a morte não existirá mais. Na terra ele expulsou demônios; na sua volta, ele destruirá o maligno. Na terra ele veio como um bebê nascido numa manjedoura; ele vai voltar na figura deslumbrante descrita no livro do Apocalipse. O reino que ele iniciou na terra não foi o fim, apenas o começo do fim.
Observo admirado a combinação intransigente da gentileza de Jesus para com os pecadores com a sua hostilidade para com o pecado, porque na maior parte da história da igreja vejo praticamente o oposto. Prestamos um culto da boca para fora de "odiar o pecado e amar o pecador", mas com que inteireza praticamos esse princípio?
Uma mudança importante aconteceu com o imperador Constantino, que legalizou o cristianismo e o transformou numa religião subsidiada pelo Estado. Naquele período o seu reinado parecia o maior triunfo da fé, pois o imperador estava agora utilizando os fundos do Estado para construir igrejas e patrocinar conferências teológicas em vez de perseguir cristãos. Mas que pena! O triunfo não veio de graça: os dois reinos ficaram confundidos. O Estado começou a nomear bispos e outros ificiais da igreja, e logo surgiu uma hierarquia que foi uma réplica exata do próprio império.
"A encarnação mostra ao homem a grandeza de sua miséria pela grandeza do remédio que exigiu", disse Pascal. De um jeito mais variado Jesus denunciou nossas falhas como seres humanos. Temos a tendencia de justificar nossas muitas falhas dizendo: "Isso é apenas humano". Um homem se embriaga, uma mulher tem um caso, uma criança tortura um animal, uma nação declara guerra: é apenas humano.
Jesus acabou com essa conversa. Apresentando o que deveríamos ser, ele mostrou quem deveríamos ser e como erramos.
"Eis o homem, exclamou Pilatos. Eis o melhor amigo da humanidade. Mas vejam o que lhe custou. Jesus desmascarou para todo o sempre a inveja, o desejo do poder, a violência que infecciona este planeta como um vírus. De um jeito sobrenatural, essa foi a intenção da encarnação.
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