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segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Os Mártires do Coliseu - A. J. O'Reilly

Os Mártires do Coliseu eBook: O'Reilly, A.J.: Amazon.com.br: Loja Kindle 


"Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam a terra"? (Ap 6.10).


Os operários do Coliseu foram os judeus cativos, que adornaram o triunfo de Tito. 


O Senhor Jesus foi vendido por trinta moedas de prata; após o triunfo de Tito, podia-se comprar trinta judeus por apenas uma dessas moedas. Alguns homens foram enviados ao Egito para trabalhar nas marmoreiras, mas a grande maioria ficou para trabalhar no Coliseu. O número é variavelmente estimado entre trinta mil e cinquenta mil. Assim, os muros daquele poderoso emblema de tudo o que há de triste e horrível foram cimentados com as lágrimas de um povo decaído.


"Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos céus" (Mt. 18.3).

Segundo a tradição, aquele menino era Inácio! O garotinho abraçado por Cristo, e posto em sua inocência como modelo de tudo o que é verdadeiramente grande, seria, nos anos vindouros, o bispo de Antioquia, que foi devorado por bestas feras no Coliseu.


O Deus verdadeiro é apenas um, e foi Ele quem criou os céus, a terra, e o mar, e tudo o que existe. E apenas um é Jesus Cristo, o Filo primogênito do Deus Altíssimo.


- Ordenamos que Inácio, que afirma carregar consigo o Jesus crucificado, seja levado em cadeias à grande cidade de Roma, e em meio aos jogos do anfiteatro, como um prazeroso espetáculo ao povo romano, seja dado em alimento às bestas feras.

Quando Inácio ouviu sua sentença, caiu de joelhos, e erguendo os braços ao céu, bradou num êxtase de alegria: - Oh. Senhor, agradeço-te haver-me honrado com o mais precioso sinal da tua caridade, e permitido que eu seja acorrentado por teu amor, como foi o apóstolo Paulo.


João foi o discípulo amado, que reclinou-se apo peito do Senhor, Inácio foi martirizado no ano 107; e quanto a Policarpo, supõe-se que sofreu o martírio no final de 167. Inácio exerceu o bispado antes que Policarpo houvesse nascido; contudo, ambos foram discípulos de João. Estes fatos são facilmente conciliados: João viveu até a idade de 101 anos. Ele consagrou Policarpo ao bispado de Esmirna por volta do ano 90 de Nosso Senhor, antes de ter as misteriosas visões do Apocalipse, na Ilha de Patmos. Viveu alguns anos na Ásia Menor, e deve ter estado frequentemente na cidade de Antioquia, quando Inácio era o seu bispo. Além disso, no primeiro século, aqueles que podiam consultar os apóstolos por cartas, ou entrevista, sobre as dúvidas que surgiam acerca dos discípulos ou dos ensinamentos da Igreja, eram chamados discípulos desses apóstolos. Assim sendo, Inácio e Policarpo foram discípulos de João.


Inácio bem sabia que eles possuíam armas mais poderosas que aquelas ostentadas pelos exércitos nas batalhas; era a invisível, irresistível, e poderosa arma da oração. Por ela, a ira dos tiranos era desviada, e a morte, frustada.


"Oh! Que feliz e abençoada a nossa sina, morrer para este mundo, e viver eternamente em Deus!"


Deixai-me ser alimento das feras; deixai-me ir, desse modo, a possessão de Deus. Sou o trigo de Jesus Cristo; portanto devo ser quebrado e moído pelos dentes dos animais selvagens, para que me torne seu pão imaculado e puro.


"Ele é levado aos pés da plataforma imperial; o prefeito, tendo ouvido de sua longa viagem desde o leste, e tocado por sua idade e aparência respeitável, pareceu experimentar um sentimento de piedade, e dirigiu-se-lhe nestas palavras: Admiro-me de que ainda estejas vivo, após toda a fome e o sofrimento que já suportaste; agora, consente ao menos em oferecer sacrifício aos deuses, para que sejas livre da horrível morte que te ameaça, e salva-nos do pesar de ter de condenar-te".

Inácio, empertigando-se com a majestade, e lançando ao representante do imperador um olhar de desdém, declarou: 

- Com tuas palavras brandas, desejas enganar-me e destruir-me. Sabe tu que esta vida mortal não tem atração para mim; desejo ir a Jesus, que é o pão da imortalidade e a bebida da vida eterna. Vivi inteiramente para Jesus, e a minha alma anela por Ele. Desprezo todos os teus tormentos e lanço aos teus pés a liberdade oferecida.


Foi por isso que César, um dos maiores guerreiros do passado, declarou temer mais um general sem exército que um exército sem general.


Sou Jesus Cristo, que do nada criou os céus e a terra, que a tudo forma, e fez a luz surgir da escuridão. Sou aquele que criou a lua e as estrelas, e fez o dia e a noite; que formou o homem do pó da terra, e para a sua redenção, vim em corpo humano, fui crucificado, e ressuscitei dentre os mortos ao terceiro dia.


Pode parecer estranho, mas o cristianismo teve um longo e terrível combate com o poder das trevas. Dezoito séculos se passarem, e ele ainda está no campo de batalha - pelas provações, tribulações, e sofrimento de toda espécie, ele vai, devagar, porém seguramente, abrindo caminho sob o estandarte da cruz. O seu triunfo completo será comemorado após o dia final, no céu.


"Ninguém tem levantado a mão contra Deus e prosperado".


Embora não tenhamos documentos que provem o fato, não temos dúvidas de que, por muitos anos, durante a Idade Média, os cultos eram celebrados sob seus arcos seguros e espaçosos. Após a devastação dos godos, e os séculos de guerras internas que rolaram sobre a cidade, os templos cristão deterioraram-se, e muitos se tornaram inseguros e perigosos. Seria de admirar que, em tais circunstâncias, o Coliseu fosse usado como um vasto templo, onde os cultos de adoração eram oferecidos ao Deus Altíssimo? Muitas igrejas menores espelharam-se ao seu redor.


Os grandes milagres encontrados na história do passado; as cenas de amor, de bravura, de crime e malvadez, formam um romance de terrível realidade que reveste o Coliseu com um interesse e uma veneração jamais merecidos por nenhuma outra ruína do mundo.

Romano em sua origem, oriental em sua dimensão, grego em sua arquitetura, judaico nos operários que o construíram, cosmopolita em seus espetáculos de homens e feras de todas as regiões, e cristão no sangue que o santificou durante três séculos, ele é o teatro dos mais sangrentos e cruéis prazeres, e o templo da mais heroica virtude.

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